sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

E já começou a valsa.

FHC ataca Dilma, Lula ataca FHC, as obras vão sendo inauguradas e a propaganda eleitoral já opera a pleno vapor nos seu setor mais importante: os investimentos em campanha.

Sob os babados dos vestidos de gala, situação e oposição se vêem em posições atípicas, como muitas vezes aconteceu depois do fenômeno Lula. Sociais democratas ensaiam firme o movimento conhecido nos salões como "uso da máquina pública com fins eleitorais seguido de giro pra direita." A bancada governista encolhe-se, tentando evitar o descompasso de escândalos de última hora, deixando o sapateado pro homem da faixa verde-amarela.

"Tem gente que vai ficar doida de raiva com a inauguração das obras". Faça-me o favor, senhor presidente. Isso lá é postura de líder?

Todo presidente, antes de sair, fica nessa de reizinho. E, com artilharia versus base governista lutando, o máximo que acontece é uma nova inversão de papéis. Salvo as diferenças estruturais (gritantes, em última análise; assuntos pra outro dia) dos partidos, a principal função das eleições é pender a balança pra um dos lados burgueses.

A hierarquia do executivo brasileiro é viciada desde a instância municipal até o jatinho do presidente. Muda o partido, mudam as peças, trabalhos se descontinuam, são criados novos cargos para auditar antigos trâmites, incha-se ainda mais a máquina. A estrutura política mastiga as próprias pernas pra sobreviver, enquanto manda seus filhos flertarem com os barões, sarrando veladamente a procura de armas e moedas sob as anáguas.

É uma dança lenta, cheia de nuances. Decadente.
E pra lá de manjada. Vota lá.

Um comentário:

BlogBlogs.Com.Br