quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A sapatilha

Aquele camarada se gabava como um garanhão. Vivia a contar para os amigos as peripécias amorosas em cercas alheias, casas da luz vermelha e afins.
Acontece que um dia, e essa ele contou um pouco avermelhado, aconteceu um erro técnico impressionante.
Tivera uma despedida de solteiro de um amigo e ele, como bom garanhão que era, arrumara tudo. Escolhera a casa, as mulheres, enfim, o que importava.
Tudo transcorrera perfeitamente.
No outro dia iam ele, a sogra e a mulher (repare, leitor, que até aqui nesse causo a danada fica no meio) para Poços de Caldas, Minas Gerais. Águas termais que curam e essa baboseira toda.
Arrumaram as malas, tudo pronto. Viagem que começa. Incômodo inicial. Quando já iam pela metade do caminho, ele passa o pé por baixo do banco e, estava descalço, sente uma sapatilha. O pensamento ligou mais rápido que diarréia. Daquelas brabas, mesmo. É daquelas meninas!
Não deu outra, rapidamente, em um movimento tão natural quanto possível, tirou a prova do crime e jogou janela fora.
Deu sorte que a mulher já estava roncando horrores. A coroca lá de trás, provavelmente nem vira com aqueles dois fundos de garrafa na cara. ‘Vou dar uma parada aqui e confiro o resto’, pensou.
‘Parada técnica’, disse para a esposa, acordando-a.
Saiu do carro, estava a esticar as pernas e não é que a velha começa a pedir:
- Filha, procura aqui o outro pé da sapatilha da mamãe, que mamãe não consegue achar de jeito maneira.
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