quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O Caipira no médico

– Ô seu dotô, tô cum uma dô na mulêra!
– Mas... quando que começou?
– Ah, dotô... Num sei se foi ontisdionti ô se foi deusdionti, mas é que eu fui mexer numas taubinha que tinha lá no terreno e me deu essa fisgada.
– Eu vou receitar pra você, então, um analgésico...
Interrompendo: ‘Quê isso, dotô. Não, num percisa disso, não. Eu tô até pra te falar com você que essa dô nem tá dueno tanto.
– Não, mas...
Inrerrompendo: ‘Não, sô. Dá pra agüentar, dotô.’
– Dá pra agüentar, não. O senhor tem que se tratar, e eu vou receitar ainda um relaxante...
Interrompendo: ‘Não dotô, eu num tô cum essa necessidade não, dotô, tenho ido inté bastante no banherinho lá de casa. Isso aí o sinhô pode ficar tranqüilo.
– Eu acho que o senhor não está entendendo direito...
Interrompendo: ‘Não, mas é que o sinhô sabe o quê que é... é que eu tenho que ir indo mermo que o dia arreia e eu num posso mermo, sabe.
– Mas espera aí, como que o senhor...
Interrompendo; ‘ O senhor passe bem que eu tenho que ir, muita saúde aí e podexá que eu tô pra te falar com você que eu acho que só de eu vir aqui no seu consutório eu já tô até me sintino miô. O sinhô fique cum Deus aí que eu me vou indo.
E foi.
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