quinta-feira, 26 de março de 2009

Prenderam a dona da Daslu... de novo!

Tá virando novela. Ou melhor, seriado americano. (Acho que fica mais chique sendo seriado,morou?)

A personagem principal dessa trama socialyte-policial é a dona Tranqueira, ops!.., Tranchesi. A acusação: formação de quadrilha, descaminho (fraude em importações) e falsificação de documentos.

Tudo bem que, nesse Brasil chique, nos espaços sociais de glamour (glamour em itálico pra ficar bem na foto!), é sempre muito na moda essa mania de querer dar uma de esperto. Meinha, treinador das divisões de base do bangu, onde eu também treinei em 58, sempre nos dizia: “O mal do esperto é achar que os outro é bobo.” Acho que cai bem pra o caso da dona em questã.

Outra coisa: a dona Tranchesi disse que não vê razão em ser presa porque não oferece perigo à sociedade.

Hummmm, como todo bom brasileiro eu já entendi.

A dona da Daslu disse que não oferece nenhum perigo à sociedade. Claro que não, minha senhora. O perigo, é claro, sempre vai ser representado por um descamisado, de preferência afro-negão, que empunha uma arma no alto do morro e vende tóchicos para a preiboizada. Aquilo lá sim, é bandido, é formação de quadrilha. Mas aqui embaixo, no asfalto, o nome não pode ser esse,né? Ta certo... mas, ó!, não liga não que o português é uma língua maravilhosa e logo, logo, eles inventam um nome bem bonito pra botar no seu pessoal.

A advogada da dona Tranqueira, ops!.., Tranchesi disse que é um absurdo prenderem a cliente dela (eu acho essa de adevogado ter cliente o máximo, maior sacada!): “Bateram na casa dela às seis horas da manhã.” Claro que foi um absurdo! Um absurdo,sim, todos nós sabemos (ou deveríamos saber) que ninguém no mundo da moda acorda antes da dez.

Tudo bem, eu, sendo quem sou, entendo o Brasil. O ladrão, ladrão mesmo, é aquele que rouba pra sobreviver, ou porque nunca teve condições de crescer, ou porque tem ambição... Roubar por ganância, para enriquecer mais ainda é luxo para poucos, é coisa de elite.

Carlos Lyra Tavares de Souza é jogador de purrinha e tem uma banca que faz, entre outros, uma fezinha no jogo-do-bicho. Nas horas vagas é observador político, mas se você adiantar um troco pro cafezinho ele finge que nem viu.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Um parecer sobre a compulsiva atração do homem moderno pela loucura

Enquanto cidadãos de bem discutem se a menina de nove anos deve parir ou abortar, se craques do futebol devem ganhar milhões, se traficantes devem morrer por vender drogas para jovens em busca de satisfação e prazer, se vão achar o culpado pelos aviões que explodem no ar ou no céu, se transeuntes que ignoram mendigos e trombadinhas vão para o céu, se o modelito dos bacanas que curtem férias em Las Vegas ou Maiâmi é adequado, arrojado, ou original; eu observo mais um movimento secreto se formando. Está surgindo um novo movimento assim como os conglomerados da mídia, a CIA e o FBI, os cartéis de remédios para AIDS. Eu o apelidei de Jornada pelo Enlouquecimento de Geral Uniformemente Específica, o Jegue. É isso mesmo.

Tem um monte de gente querendo fazer da sua loucura o padrão de normalidade. Eu me dirijo em especial àqueles que ainda não embarcaram para esse rol de perseguidores da personalidade alheia. Gente que acabou de se formar em psicologia e psiquiatria e que precisa de ganhar dinheiro e vai descobrir logo, logo, que o jeito mais fácil é fazer de cobaias esse monte de gente perdida no turbilhão do pensamento, da pós-modernidade, da tecnologia, que não se dá conta de perceber 1% do que a humanidade fez, que caminhos trilhou, o que é o capital, quem descobriu o Brasil, o porquê da violência...

Gente que não se conhecem um nada e que vão cair numa tremenda cilada de enganar otário. É que esses loucos que precisam sobreviver precisam de outros que acreditem que estão loucos. Então eles começam um projeto subterrâneo de convencer a pessoa a pensar que precisa acreditar que está louca. (Isso tudo é difundido na mídia conservadora de esquerda.)

Então aqueles que não eram loucos, mas que foram convencidos a se tornarem loucos – e que tem dinheiro a beça, diga-se de passagem – começam a conversar com os loucos que precisam de dinheiro e que convenceram aqueles que antes não eram loucos. No fim, os loucos que tem grana pagam para conversar com os loucos que precisam dela. Eu acredito na sua loucura, e a minha loucura me diz que... Eles então elaboram um parecer final revelando que o processo será duro, complicado, pois o ser humano nasce querendo comer a própria mãe, mas o tabu não permite, e que o pai é uma figura a ser destruída e enquanto esse processo não se completa não há liberdade psicológica (e nesse blábláblá, a conta bancária passando de um a outro) e que a humanidade caminha para um processo libertador e que, então, todos andaremos nus e comeremos nossos familiares e seremos iguaizinhos aos cães e aos gatos e aos elefantes e no fim descobriremos que nós somos macacos altamente inteligentes.

O papo é esse, um louco tentando consertar o outro, na verdade, o que é a normalidade?

Você com esse papo careta, não provou nada, não comeu ninguém, qual é a sua?

Você com esse papo esperto, não tem trabalho, não tem esposa, filhos, qual é a sua?

Vocês estão todos loucos pela busca da felicidade. Vocês não suportam um segundo de tristeza, não suportam suas próprias vidas porque as comparam com as vidas dos astros de hollywood, e, às vezes, não suportam suas próprias vidas pelo simples fato de que esse comportamento revela que você veio da elite. Claro, porque tratamento, psiquiatra, não é coisa de pobre. Complexo em meios mais humilde se resolve com faca, cachaça, mulher: um verdadeiro tratamento de choque.

Mas eu não quero convencer ninguém a deixar de acreditar que está louco. Eu mesmo, queridos, sou o maior deles.

Joàn Clifford é especialista em arte rupestre e tumular, entende tudo, do início dos trabalhos artísticos daqueles macacos há mil anos atrás a o porquê de os vermes nos cemitérios preferirem as tripas ao cérebro.


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