sábado, 30 de janeiro de 2010

o manifesto suspensório

Sob o impenitente escorrer dos dias, o homem deve ser autêntico em suas mínimas ações. Acomodar-se, dizer "não é problema meu" é trair os próprios ideais e chafurdar nas comodidades da vida moderna, abandonando o que nos sobrou de humanidade. diga que nunca sentiu-se sujo ao ignorar um pedido de ajuda e pode sumir deste espaço.

Alienar-se é uma armadilha atraente e suntuosa, posto que, sintonizados a mil comunicações, só podemos nos cansar. Atados à realidade por uma colcha de retalhos cosida pelos fios da informação, podemos muito bem nos ocupar apenas do que é imediato. podemos abdicar do trabalhoso envolvimento. mal dá tempo de ver todos os amigos, não é mesmo?

Oculte-se de seus fracassos e será mais leve. Ame o que já é seu e dormirá tranquilo. Impeça a consciência de se auto-analisar. Tudo falhará, em breves momentos. E estes míseros minutos virão com o peso dos anos. Neste momento, nu e sem suas ferramentas, estará irremediavelmente sozinho, auto-suficiente, em branco. Escreva algo que preste, dessa vez.

Batizo este post de "o manifesto suspensório". Chega de calças arriadas e orações por finas picas em nossas rabas. Chega de pasteurizar. A técnica é o presente e o passado. Chega a hora de escolher os instrumentos do futuro. Pense, se for de pensar. Aja, se for de agir. Mas pense, se for de agir. Aja, quando cansar-se de pensar.

use um suspensório e saia deste computador.

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