terça-feira, 7 de abril de 2009

Viesse hoje, o que seria de Jesus Cristo?

Parece certo que Jesus – cabeludão, barbudo, trajando roupas pouco convencionais – seria considerado um cara meio ‘underground’. Os machões o chamariam florzinha; os almofadinhas, desleixado. Maconheiro ou doidão seriam alcunhas rotineiras. Surfista e hippie poderiam surgir também. Até aí sem muitas mudanças. Apesar de a posteridade ter colocado o homem como rei; a sua época, Jesus foi um ‘elemento bastante subversivo’. (à moda das ditaduras)

No começo de sua carreira, a repressão iria bem pensar: puta, mas que cara chato!

O tempo passaria e logo perceberiam que o camarada era diferenciado. Pense só: que banda pop sai hoje em turnê por mais de anos, sem cachê? Pois Jesus juntou uma galera e saiu pela terra santa. Indo e vindo, perseguido, parando em casa de amigos. Taí uma coisa que não mudaria muito também: a repressão policial. Além do visual, o cara chamava todo mundo de irmão, beijava, abraçava – Ah!, quer saber, Desce o pau!

Fosse hoje, muitos o diriam também vagabundo. Alguns parentes mais centrados aconselhariam a largar aquele negócio de pregação, procurar um emprego normal, de vendedor, que fosse...

A mídia, em geral, o ignoraria. Talvez ele tivesse a chance de fazer alguma ponta em programas de auditório, mas certamente não teria banca para pagar horário nobre em TV aberta a fim de guiar seus fiéis rumo à salvação. (esses que o fazem, salvam, no máximo, suas contas bancárias) Talvez aparecesse em algum daqueles quadros bizarros de excentricidades. Confesso que é por isso mesmo que, às vezes, tenho medo de não estar acreditando no Henri Cristo.

Certo é também que, fosse hoje, algumas pessoas estariam seguindo Jesus. Tão certo seria também o seu futuro, como foi o passado de Antônio Conselheiro. O camarada criaria uma comunidade alternativa, ameaçaria o sistema, seria acusado de violação da lei do Estado e acabaria vendo seu cantinho ir para as cucuias em bombardeios comemorados por populares instigados pelo governo democrático.

O mais inconveniente, no entanto, seria a crucificação. Imaginem vocês, Jesus sendo pregado e lá embaixo um ativista de alguma ONG defensora dos direitos humanos esperneando em protesto contra aquela barbárie. Nesse instante, iluminado pelo espírito santo, Jesus lhe diria:

- Cala-te, ó maçante irmão. Não leste o livro?

No mais, boa páscoa a todos.


2 comentários:

  1. Se o jeremias é uma bela anedota, estes rapazinhos que por aqui ganham vida são seus heróis.
    Quem sabe não falamos da prática de empinar papagaios como um manifesto de rebeldia ante a pré-programação do uso de pilhas em brinquedos como treinamento de consumo e economia de mercado?

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  2. "Confesso que é por isso mesmo que, às vezes, tenho medo de não estar acreditando no Henri Cristo."

    hsaushaushauhsas
    cara, como eu tô me divertindo aqui!

    p.s.: não seria 'Inri'Cristo?
    bom, deu pra entender.

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